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Pequenas empresas, grandes oportunidades. Por serem empresas de menor porte, além de ter oportunidades de crescimento maiores quando comparadas com as grandes empresas da Bolsa, muitos ativos ficam de fora do radar dos investidores.
Sob a ótica da análise fundamentalista, nosso analista selecionou as small caps que acredita ser uma boa escolha para o médio e longo prazo.
Top Small Caps recomendadas
Atualizado em 01-12-2021
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Perfil do investidor
O investimento em ações para o longo prazo exige que o investidor tenha capacidade financeira e emocional de absorver as oscilações de curto prazo. Isto fica ainda mais evidente para as ações small caps já que o volume reduzido de negociação de alguns papéis pode acarretar em movimentações mais agudas.
Diferencial
Simplificação: alto retorno via uma seleção de poucos e excelentes ativos.
Potencial de valorização: por serem empresas de menor porte, as oportunidades de crescimento ainda são abundantes quando comparadas com as grandes empresas da Bolsa.
Diversificação: fora do radar da maioria dos investidores, as ações small caps costumam ser pouco correlacionadas com as empresas blue chips, o que traz uma excelente diversificação ao investidor de perfil mais arrojado.
Neste relatório, comento sobre a queda dos últimos meses e por que ela é pior do que parece para as empresas de menor porte. Por outro lado, também pretendo acalmar o investidor ao evidenciar que nossa performance segue acima não apenas do SMLL (benchmark), mas dos principais fundos de ações small caps do mercado.
Por fim, explico o racional por trás de nossa redução de posição em CSU e Méliuz, nossas representantes do setor de tecnologia. Essa mudança abre espaço para a chegada de dois novos nomes depois de dois meses sem alterações nos ativos recomendados: Jalles Machado (JALL3) e Unifique (FIQE3).
Conforme já comentado no relatório de novembro, o investidor internacional segue comprador líquido da bolsa brasileira. Afinal, imagine toda essa queda recente vista sob o ângulo de quem vê tudo em dólar. Na ocasião, comentei sobre a “dança das cadeiras” que é a combinação do investidor brasileiro vendendo suas ações e o internacional comprando, dinâmica que favorece as maiores empresas da bolsa em detrimento das menores.
A queda das small caps é pior do que parece pois essa dinâmica também pode ser observado dentro do índice SMLL.
Ainda recapitulando o que foi dito no relatório anterior, a metodologia do índice de Small Caps da B3 (SMLL) acaba englobando empresas de médio porte dentro de sua composição, com muitas delas também fazendo parte do Ibovespa e, consequentemente, com um volume de negociação bem acima das genuínas small caps. Isso faz com que essa dinâmica que favorece empresas maiores e com mais liquidez também possa ser observada dentro do próprio SMLL.
Para conseguir mensurar isso, criei um portfólio teórico contendo as 10 maiores posições do SMLL, deixando cada companhia com o mesmo peso (10%). Conforme pode ser observado no gráfico abaixo, as ações com maior peso no índice têm caído substancialmente menos do que o índice de Small Caps da B3 ao longo de 2021.
A queda é pior do que parece pois o SMLL amarga 19% de queda em 2021 mesmo contando com uma performance bem melhor de suas maiores posições as quais não deveriam ser consideradas empresas de pequeno porte dado seus respectivos valor de mercado e liquidez (Marfrig, Azul e Metalúrgica Gerdau, por exemplo). Ou seja, as genuínas small caps tem amargado uma queda ainda mais significativa do que o que pode ser observado pelo índice de Small Caps da B3.
Buscando uma verdadeira exposição às empresas de pequeno porte, nenhuma de nossas ações recomendadas faz parte das 10 maiores posições do SMLL. Sendo assim, temos amargado uma queda se intensificou sobretudo nos últimos dois meses.
Por isso, não obstante ao fato de seguirmos 18% acima do SMLL em 2021, decidi subir a régua e comparar nosso desempenho com os principais fundos de ações small caps do mercado.
De forma semelhante ao estudo realizado anteriormente, montei um portfólio teórico com 5 grandes fundos de ações small caps do mercado, cada um representando uma gestora diferente. Para isso, considerei o patrimônio líquido mais recente desses fundos - todos com mais de R$ 400 milhões sob gestão, e cheguei na seguinte lista: Itaú Small Cap Valuation FIA, FIA Caixa Small Caps Ativo, Trígono Flagship, BB Top Ações Small Caps e BNP Paribas Small Caps.
Sem entrar no mérito de que muitos desses fundos seguem na mesma linha do índice SMLL e acabam investindo em empresas de grande porte, o gráfico acima deixa claro que temos entregado um retorno não apenas acima da SMLL, mas melhor do que a média dos grandes fundos de small caps nacionais. Ainda que eles estivessem no positivo, haveria um imposto de renda de 15% sobre o lucro, o que não acontece para o investidor de ações que vende até R$ 20 mil dentro de um mesmo mês.
Apesar de seguirmos na frente do SMLL e dos principais fundos de small caps do mercado, sabemos que retorno passado não é garantia de retorno futuro. A volatilidade nos mercados cresceu excessivamente nos últimos meses e tende a continuar no curto e médio prazo. Não bastasse o desafiador cenário macro, político e fiscal brasileiro, a variante Ômicron encontrada na África do Sul provocou fortes abalos nos mercados. Sendo assim, chegou a hora de aumentar a diversificação a fim de nos proteger ao que ainda pode estar por vir.
Para o mês de dezembro em diante, ganhamos dois novos ativos em carteira: Jalles Machado (JALL3), com 10% de exposição, e Unifique (FIQE3), com 5%.
Para a chegada deles, iremos reduzir nossa posição ao setor de tecnologia, com CARD3 passando de 15% para 10% e CASH3 indo de 10% para 5%. Além disso, reduziremos em 5% nossa exposição em Aura Minerals, que agora corresponde a 5% da carteira (10% anteriormente).
A redução de exposição ao setor de tecnologia ocorre devido a um cenário inflacionário e de alta de juros que não deve se limitar apenas à 2021, mas que tende a persistir durante ao longo de 2022. Companhias de tecnologia, cujo valor está naquilo a companhia pode desenvolver no futuro, sofrem mais nesse cenário.
CARD3 e CASH3 são duas empresas que recuaram bastante nos últimos meses e que vejo em um patamar atrativo de preço. O timing, porém, não é bom. Além disso, temos como ponto de atenção o fato de CSU ter entregado números levemente abaixo do esperado no terceiro trimestre deste ano enquanto Méliuz pode seguir o caminho de Magalu e Via e ver seu segmento de shopping ser impactado devido à piora do cenário macro embora a diretoria tenha afirmado durante a teleconferência de resultados que tinha uma boa expectativa para a Black Friday.
Olhando para o micro, o Méliuz deve lançar seu cartão próprio junto com uma nova versão de seu aplicativo em janeiro. Embora o sucesso desses lançamentos possa ter positivo nas ações, é importante manter a prévia oficial do Ibovespa a ser divulgada no próximo dia 3/dez no radar. Ela irá definir a composição do principal índice de ações brasileiro no início de 2022 e pode indicar uma redução de participação das ações CASH3 após a forte desvalorização recente do ativo, acrescentando uma pressão vendedora adicional. Já a CSU, embora não tenha apresentado grandes novidades recentemente, está avançando no seu segmento de Banking as a Service e estuda novas aquisições. No entanto, nadar contra o macro é como ir contra uma correnteza. Ainda mais agora diante da incerteza trazida pela nova variante do coronavírus.
Muito embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha pedido calma diante do que denominou “medidas precipitadas” de alguns países já que ainda vai demorar algumas semanas para que seja possível identificar o potencial de contágio e letalidade da variante, vejo um cenário que se tornou assimetricamente negativo. Ainda que as vacinas se mostrem capazes de deter essa mutação, não será esse fato por si só que eliminará todos os nossos problemas domésticos. Sendo assim, é hora de reduzir a posição e realocar os investimentos em dois novos ativos em setores mais previsíveis.
Já a redução em Aura Minerals (AURA33) se deve ao fato de que, por mais que o ativo seja dolarizado e possua correlação com o ouro, essa proteção não tem se mostrado na prática após dois trimestres consecutivos apresentando dados de produção abaixo do esperado. Ainda que isso não comprometa nossa visão de longo prazo para a companhia, a decepção do mercado tem impactado no curto e entendo que isso só deve mudar após a companhia retomar com dados de produção mais fortes durante o 4T21, os quais só devem divulgados em 2022.
Depois de dois meses consecutivos sem alterações em nossa carteira recomendada, chegou a hora de dar as boas-vindas a duas novas companhias: Jalles Machado e Unifique. Pertencentes a setores diferentes e com gatilhos de valorização distintos, os dois nomes fazem com que a carteira Small Caps NuInvest agora tenha 11 ativos em sua composição.
O setor de açúcar e etanol vem passando por um momento único em sua história devido a uma combinação de câmbio desvalorizado e preços elevados de açúcar e etanol. Não obstante a este bom momento, a Jalles Machado (JALL3) desponta pela infrequente combinação de empresa boa e barata. Clique aqui para acessar a tese de investimento em Jalles Machado com maior detalhe.
Já a Unifique (FIQE3) faz parte do grupo das companhias small caps, de crescimento e que fizeram IPO recentemente cujas têm sofrido com o mau humor do mercado. No entanto, a combinação de receita previsível e recorrente com um valuation convidativo nos faz enxergar o fato de as ações FIQE3 abaixo do patamar de sua abertura de capital como um excelente ponto de entrada. Clique aqui para acessar a tese de investimento sobre Unifique.
Nesta carteira recomendada, nós utilizamos a expressão ‘Até que preço comprar’ em vez do tradicional ‘Preço Alvo’. Apesar da sutil diferença na escolha de palavras, a expressão carrega uma interpretação diferente e muito importante que deve ser devidamente compreendida pelos investidores.
Utilizando a análise fundamentalista e uma visão de médio e longo prazos para a escolha de ativos, as empresas não têm um ‘valor justo’ definitivo. Esse valor vai se alterando ao longo do tempo para cima ou para baixo, conforme a empresa vá entregando ou decepcionando as nossas expectativas.
Sendo assim, a coluna ‘Até que preço comprar’ não deve ser compreendida como um stop gain, ou seja, o valor informado nesta coluna não deve ser considerado como uma referência para se desfazer das Ações. Nessa situação, nossa recomendação é que o investidor simplesmente aguarde o preço voltar a negociar abaixo do valor estipulado antes de fazer novas compras.
Quando as Ações ultrapassam nosso preço limite sugerido de compra, sempre retornaremos às planilhas em busca de um novo potencial de alta. Caso não encontremos fundamentos suficientes que justifiquem uma revisão nos preços, iremos deixar claro em nosso relatório mensal que a companhia não faz mais parte dos ativos recomendados.
Sobre o Analista
Integrante da nova geração de analistas, tem passagens pelo Banco Safra e Levante Ideias de Investimentos. Finalista em competições nacionais de mercado financeiro ainda durante a faculdade, é Engenheiro Civil de formação pela UFMG, com direito a um ano de intercâmbio nos Estados Unidos (Los Angeles e Nova York). Possui as certificações CNPI, CGA e foi aprovado no CFA Level I, a primeira das três provas necessárias para obter o prestigiado certificado internacional Chartered Financial Analyst (CFA).